Stop Motion
Modelação e Impressão
No filme, o Mário conta uma história ao pai. Uma história que ouviu vezes sem conta quando
era criança e dela se servia para brincar às guerras no quarto.
Modelação e Impressão
Para conduzir o espectador nesta história foi necessário construir os soldadinhos de plástico
com o uniforme utilizado na guerra colonial portuguesa. O Samuel começou por moldar os
soldados em digital para numa segunda fase serem impressos numa impressora 3D e depois
finalizados pela Paula Custódio.
Terminada a fase de testes onde se encontrou a escala, textura e cores finais iniciou‐se a
criação de soldados em poses sequênciais para a sugestão de movimento e de acordo com os
planos previstos no storyboard. Alguns planos precisavam que se construissem 8 versões do
mesmo soldado em 8 posições distintas, que o animador utilizaria mais tarde para criar o
movimento através da técnica de animação por substituição.
Olá, sou a Paula e fui responsável pela construção para o stop motion.
Foi‐me pedido pelo Zé Miguel para recriar as memórias de infância de Mário, o imaginário de
brincadeiras de uma criança.
Tudo o que aparecesse em cena teria de ser verossivelmente possível de ser construído por uma
criança. Por isso os cenários têm em si camuflados alguns objectos do quotidiano infantil.
Quando os elementos e adereços para cenários foram aceites, foi‐se compondo a imagem à
câmara. Onde a iluminação do Carlos Cunha veio imprimir a carga dramática ao set de animação.
Os personagens são soldados/objectos impressos em 3d retocados e pintados. A modelação digital foi feita pelo Samuel Alves e a
animação que trouxe vida a este stop moĕon pelo João Gargaté.
Assim se foi tecendo esta memória de infância…
Foi particularmente enriqueceder ter colaborado com o Zé Miguel neste projecto tão
autobiográfico, podendo assim ter contribuido para este filme.
A flanela foi base ‘suave’ desta memória dorida, onde pincéis, lápis e alguns recortes em
papel compunham uma floresta branca, longe da vivida, mas aterradora aos olhos de uma criança
que fantasiava com as histórias de guerra de seu pai.
Luz e Fotografia
Meu nome é Carlos Cunha e foi meu prazer e privilégio fazer a fotografia de “ESTILHAÇOS”
Quando cheguei ao mercado municipal de Montemor ‐ o ‐ Novo fui recebido pelo sorriso luminoso
de Ana Carina, a produtora dos Filmes da Praça que mexe todos os cordelinhos que tornam
possível a magia dos filmes ali produzidos.
No nº 6 sou apresentado a uma equipa muito jovem que iria, pacientemente, ao longo de vários
meses, todos sentados em frente a grandes écrans, tratar graficamente as imagens, que iriam
constituir o universo visual extremamente inovador de “Estilhaços” concebido pela conhecida
criatividade do diretor José Miguel Ribeiro.
Foi utilizada uma Canon 7D e (com ajuda dum anel adaptador) um conjunto de lentes manuais
Nikkor (adquiridas ao preço da “uva mijona” naquela altura em que toda a gente fazia a
transição para o digital e se iam desfazendo de autenticas preciosidades)
Consegui este efeito graças aos magníficos acessórios DP1 que permitem dirigir com precisão a
luz dos projetores DEDOLIGHT 150w. Para aumentar a profusão de raios de luz a irromper da
vegetação cerrada (no set eram cartolinas, lápis e outros objetos) recorri a gobos
confecionados na altura em esferovite e cinefoil.
Muitas dessas imagens foram captadas na porta ao lado, no mesmo mercado, no pequeno e modesto
estúdio onde de seguida começámos a montagem do 1º set.
‐A Selva Africana onde uma patrulha do exército Português progride.
Já tinha falado previamente com o diretor e tínhamos acordado sobre a estética do filme, mas
o ambiente deste set foi trabalhado lumínicamente, nesse preciso momento, num processo de
claro‐escuro com zonas altamente contrastadas que pretendem representar as entradas dum sol
forte, equatorial, através das aberturas na densa floresta.
A Camara foi controlada através do software de stopmotion, Dragonframe, mas não as lentes,
pois não são digitais.
Recorremos também ao vídeo em algumas sequências, e, claro usámos o incontornável CK (chroma
key) em vários outros sets com a finalidade de trabalhar essas imagens no complexo processo
de integração com a animação, tudo baseado num grande nº de layers, todos independentes mas
também sincronizados por meio do processamento de softwares sofisticados, que permitiram a
plasticidade única de “estilhaços”
Alguns sets tiveram uma dimensão considerável, como aquele que foi montado numa sala de teatro do castelo de Montemor – o –
Novo e nesse tive que recorrer a equipamento de iluminação mais pesado e logicamente a outras potências e aí obtive a
colaboração, simpática e empenhada, dos gráficos, designers, coloristas e magos dos MAC´s e de todos os PC´s a quem aqui deixo o
meu agradecimento.
Animação
Aqui entra o João Gargaté que animou toda a sequência de stop‐motion, cerca de 2 minutos numa
semana. A técnica de animação por substituição e o conceito simplificado de movimento deram
uma ajuda.
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